Deus não quis ?

... escapaste de minhas mãos, infelizmente.

" - Marcog, lembra do Helcio ?", pergunta o nobre camarada Uemura.
" - Claro, por quê ?"

" - Você lembra como ele cuida bem bagaray dos carros dele ?
" - Sim, claro... lembro do Tempra Stile, foi disputado no tapa pela galera do TempraClube, bem como o HLX..."
" - Pois é... ele tá vendendo o MT agora... interessa ?"

As pernas amoleceram, os olhos arregalaram, e aquele moleque pé-de-chumbo, perdido em algum lugar dentro deste gordão ocupado que vos escreve, despertou de um sono profundo.

" - Cara, eu bem que merecia...", pensei. Saudades dos meus falecidos HLX, o 2.0 e principalmente o outro, o 2.4... saudade dos 20 e poucos kgmf de torque, de meter 5a a 50km/h a pouco mais de 1500rpm, e ele responder como que dissesse: " - Esquenta não, chefe... precisando tamos aí..."

Só faltava um desses pra "coleção". O 1.8 eu até abro mão, que aquilo foi uma sacanagem que fizeram com o carro. Na verdade, confesso até que a versão sobrealimentada nem era a minha preferida, é arisco demais, falta torque em baixa e sobra força em alta, fica difícil pra andar na boa... mas, puta que pariu, que saudade desse carro...

Mas, ainda tinha muito arroz-com-feijão pra comer, muita pedra pra quebrar, e o destino quis que fosse para as mãos de outro. Cuidadoso também, conhecido da galera que é fã dos "Italianos de Turim"... pena não ter sido eu.

Assim como a GS, que obviamente não ia moscar muito tempo lá no Nahime, porque tava uma gracinha, a danada... agora, de raiva, o diabo tá aqui insistindo na orelha esquerda " - Vai logo de Bandit, caray...". Tá doido, meu ?

Sei não se vou ter coragem de ir atrás de outro MT, embora tenha jurado pra mim mesmo que ainda teria ao menos mais um, nem que fosse a versão "tiozão" aí de baixo, afinal, logo os herdeiros pintam por aí...

Tudo o que sei é que todo dia que eu volto do trampo tarde da noite como hoje, e o horizonte me presenteia com alguns metros de asfalto livre, um vazio no peito toma conta do "cockpit" do Uninho (velho, tadinho...), respiro fundo, e penso:

QUE SAUDADE DO MAREA !